A DOENÇA, UM MAL DA MODERNIDADE
Por Paul Sedir
Há uma coisa notável no
período que atravessamos: é que todo mundo ou quase todos reclamam ou estão
insatisfeitos com alguma coisa. O mais notável ainda é que todos, em suma,
parecem ter razão.
De todas as reclamações, há
uma que é geral, mas também a mais difícil de se resolver: é a doença.
Se ouvirmos os médicos, quando conversam entre si, escutaremos falar em surdina
que todo mundo possui uma doença. Alguns chegam a dizer que todos possuem em si
o germe de todas as doenças.
Quando a arte médica
estava, não em sua infância, mas em sua juventude, as causas das doenças eram
reconhecidas todas como de ordem fisiológica, acidental ou imediata. À medida
que a ciência médica se aprofundava e a arte medicinal se aperfeiçoava, conhecemos
uma causa mais profunda para as doenças, chamada atávica ou hereditária, ou
ainda influência do meio. Mas estejamos certos, à medida que a ciência
progredir, outras causas ainda mais profundas se apresentarão: as causas morais
primeiramente, as causas espirituais em seguida. E o aprofundamento e generalização
destas causas se desvelarão na proporção da sinceridade dos pesquisadores e do
fervor de suas dedicações nestas pesquisas.
Se observarmos o problema
segundo seu ponto de vista mais interior, desembocaremos naturalmente no
espírito. E quando observamos a marcha do mundo, que malgrado as desigualdades
aparentes, todas as agitações, todas as perturbações e todos os erros que
parecem existir, descobrimos, entretanto, que há uma organização neste mundo,
para falar como os moralistas; há uma justiça imanente, para falar como os
filósofos. Há um tipo de administração oculta do mundo que não permite às
criaturas certos desvios e não negligência nunca em lhes fazer pagar estes
desvios quando se tornam paixões muito
acentuadas. Segundo o ponto de vista de Deus, que é o nosso, na visão
religiosa, duas teorias estão presentes no Ocidente: a das igrejas, em geral,
onde a doença aparece como sendo uma prova moral e de confiança em Deus, e a
adotada dos Orientais: a reencarnação.
.......
Utilidade da doença
Para nossa abordagem, as
duas teorias são indiferentes. Abordando o estudo dos problemas da existência,
considerado em sua essência e em suas raízes espirituais, constatamos que há na doença, como em todos
os fenômenos da natureza, uma utilidade. Nada existe sem uma causa ou
finalidade. A utilidade da doença pode ser física, moral ou espiritual.
Sua utilidade física é de
primeiramente nos ensinar a temperança e a higiene, e conduzir-nos ao estudo de
nosso próprio corpo que é uma das maravilhas mais admiráveis do mundo. A utilidade moral da
doença sobressairá quando tivermos enumerado quais energias morais são
necessárias para vencer este adversário. Quanto
à sua utilidade espiritual, nós a veremos despontar esperando os frutos da
doença no centro de nosso Ser, no que há em nós de essencialmente imortal.
Como se comportar?
Uma vez atingidos pela
doença, vários problemas se colocam. Inicialmente como se comportar?
Sendo dado que a doença
vem do nosso corpo, de uma parte, e de outra, nosso corpo é um servidor, o
dever aparece claramente e estamos na obrigação moral de nos curar por todos os
meios legítimos. Os condutores da humanidade oscilaram entre dois métodos
diferentes. Alguns glorificam o corpo devido ser este o carro-chefe da criação,
e eles o apresentam como um conjunto de forças na qual devemos todos nossos
cuidados e toda nossa admiração. Outros, no pólo oposto, desejam que
consideremos o corpo e a matéria como uma emanação direta do mal, e que devemos
nos tornar mestre através de todos os meios possíveis, mesmo pelos mais
violentos. Uns consideram o corpo como um mestre, outros como um escravo.
A verdade está no meio. Devemos
considerar nosso corpo como um servidor, como um bom instrumento de trabalho, à
maneira do operário que poli suas
ferramentas cuja prática exige destreza
e perícia, mas permanecendo o operário, o mestre e não o servidor. De fato, no
ser humano, nada nos pertence propriamente além deste centro ínfimo onde
permanece nosso livre arbítrio, nosso eu. Todo o resto deste são órgãos de
ação, instrumentos de trabalho. Nosso corpo é um empréstimo que a Providência
fez a nosso eu, onde nossa sensibilidade é uma outra, e nossa inteligência uma
terceira. Todas nossas faculdades são somente, na realidade, instrumentos de
trabalho, cujo Pai provém, cada um de nós, a fim de que eles empreguem o melhor
e ainda possam colaborar no trabalho geral pelo gênero humano.
Por conseqüência devemos
ter para com nosso corpo os mesmos cuidados que um bom patrão tem por seus
operários.
Uma outra precaução deve
ser observada, e de ordem moral: é a resignação. Cada vez mais há, hoje
em dia, aquilo que chamamos de revolta, sustentando que tudo que nos aborrece,
deve ser abatido e pisado. E que o homem unicamente conquista sua verdadeira
natureza e desenvolve verdadeiramente sua personalidade sendo pródigo em tudo
que se opõe à sua marcha, e quando satisfaz, não importando por quais meios, as
suas necessidades e os seus desejos mais fervorosos. Esta escola pretende ser a
única capaz de fazer homens dignos deste nome, homens de realização, homens de
valor.
Assim, semelhante escola
se engana, porque toma a aparência de energia pela energia em si mesma.
Observe, se deseja, um
homem cujo coração ferve uma paixão qualquer, suponhamos a ambição. Este homem faz do trabalho o ponto de vista
geral. Ele emprega energias admiráveis para realizar suas ambições, quer esta
seja de dinheiro ou honras, de celebridade ou poder. E coisa um pouco paradoxal
para ser dito, mais exata, os homens possuidores de paixões violentas são infelizmente os únicos
que fazem alguma coisa. Os homens que chamamos, ordinariamente, pessoas de bem,
geralmente são assim porque não possuem paixões violentas e então a moderação
lhe são natural e, não fazendo o mal, eles acreditam fazer o bem.
Se pensamos ao nosso
homem ambicioso que emprega sua energia, e concentra todas as suas faculdades
para chegar a seus fins; e se este
ambicioso saísse um momento de si - mesmo e se colocasse como um espectador diante de si, perceberia
que, para renunciar à sua ambição, lhe seria necessário
uma soma de energia maior que a
empregada para lhe servir, seria preciso dar prova de uma energia bem superior
à primeira em qualidade e quantidade.
Eis porque dizia o
Cristo: “Possua sua alma pela
paciência”. Porque o evangelho não é uma escola de frouxidão e moleza, mas ao contrário, é a escola mais
severa e mais dura que existe, em energia e vontade. O Cristo convoca a
qualidade da energia mais pura que possa existir em nós.
Assim, saber sofrer sem
reclamar e saber esperar, às vezes, longo tempo, a cura, sem murmurar, sem impaciência,
mesmo interior, denota qualidades de caráter totalmente sobre-humanas destes
doentes que assim procedendo, conquistam a admiração e o respeito de todos ao
seu redor.
Qualquer que seja o
gênero de doença que nos atinja, é preciso reconhecer na pratica, e não
teoricamente, que há uma justiça imanente, e que se nós não percebemos o
movimento e o andar, ela não deixa de existir e que a atitude moral mais digna
em um sofrimento é de, primeiramente, aceitá-lo.
Eis porque a verdadeira
atitude, segundo meu ponto de vista, é o seguinte: aceitação interior da
doença e luta exterior contra ela, contra o mal, contra todas as formas da
dor por todos os meios físicos à nossa
disposição, pois o físico é nosso servidor.
Quando chegarmos a
adotar, de uma maneira permanente este comportamento, segue-se, para o ser que
é muito forte neste exercício, um desenvolvimento espiritual cujas escolas de
espiritualidade nem sempre possuem uma
idéia exata. O homem físico se desenvolve seguindo as leia físicas, o
intelectual seguindo as do pensamento, o homem social, cada um seguindo as leis
do mundo no qual esta inserido. Mas o homem profundo, o homem imortal, ele
prefere, somente poder se desenvolver seguindo as leis do mundo que nunca teve
começo, e não terá fim e que o Cristo chamava o Reino de Deus.
Se chegar, portanto, pela
aceitação, a realizar em si uma paz profunda, terão feito muito mais pelo seu
desenvolvimento real do que teria sido feito pelos meios ensinados nas escolas
de cultura moral ou psíquica conhecidas. O homem tendo uma alma imortal, a
verdadeira lei de seu desenvolvimento é a lei do mundo imortal.
Todos os médicos
encontram casos insolúveis. Um único recurso nos resta: apelar ao socorro do
Grande Médico, isto é, orar. A doença nos leva assim à escola da oração
que conduz finalmente ao Reino da Luz e da Paz.
Em seu sofrimento, o
doente é conduzido a um auto-exame, retorna ao seu passado e seguidamente
descobre atos culpáveis, causa inicial de sua doença e este exame conduz ao
arrependimento, ao reconhecimento de seu erro, à humildade. E a humildade é a
condição indispensável ao nosso progresso. Como nosso dever é de progredir, devemos
mantê-la em nós, constante e mais e mais profunda.
Não é sem razão que há
doenças incuráveis, porque há seres que somente podem pagar suas dívidas pelo
sofrimento físico, e a qualidade do sofrimento é sempre proporcional à
qualidade de quem a sofre. Lá, ainda reina uma justiça que constatamos, mas que
não deve nos impedir de fazer nosso possível para diminuir o mal.
Contudo, não critique
nunca o doente, pois este pode ser uma ocasião de trabalho para seu entorno,
não julgue, porque este julgamento pode chamar sobre nós o defeito sofrido pelo
nosso vizinho, e talvez na mesma situação nós tivéssemos um comportamento pior
do que o dele. A vida nos envia, independente de nós, a uma escola prática e
fértil em resultados e experiências. Mas não podemos sofrer provas ou pagar
dívidas sozinhos e sem ajudas.
A doença nos faz retornar
a Deus, a quem nunca pensamos, porque na vida, acreditamos dever nossos êxitos
à nossas qualidades, quando estas são no fundo
somente dons e, examinando a causa de nossos insucessos, constataremos que eles
são, quase sempre, devido á ótima opinião que temos de nós mesmos.
COMO
CURAR OS DOENTES ?
É preciso os considerar
como prefigurações do Cristo que nos disse: “tudo que fizeres a um infeliz é
a mim que tereis feito”. E isto é uma realidade viva e sempre atual.
Quando, por compaixão, o Pai enviou Seu Filho para salvar aos homens, Ele
desejou que Este aqui sofresse todas as formas de sofrimento sobre a terra e em
todos os mundos. Jesus tomou sobre Ele quase todos os sofrimentos daqueles que
Ele curou. Sua presença entre nós é sempre real, e não há um homem que sofra
sem o Cristo estar junto dele e tomar sobre Ele – ao menos - um pouco deste
sofrimento. Portanto, tudo que fizermos ao nosso próximo é a Jesus que
estaremos fazendo.
E o trabalho para nós, é
a compaixão. É abrir nosso coração, e é este nosso coração que nos fornece
nosso valor verdadeiro. Eis, portanto, a direção de quem é preciso caminhar:
acolher com a mesma afabilidade todos os seres e todas as coisas, porque tudo
e todos são operários de Deus. Nosso labor é ainda mais urgente, é de abrir
nosso coração a um trabalho prático de real fraternidade.
LA MALADIE
Il y a une chose remarquable dans la
période que nous traversons: c'est que tout le monde ou presque continue de se
plaindre; et une autre chose plus remarquable encore, c'est que tout le monde,
en somme, paraît avoir raison.
Parmi tous les sujets de plainte il en est un qui est le plus général,
mais aussi le plus difficile à éteindre, c'est la maladie. Si on écoute
les médecins quand ils sont en veine de confidence, on les entend avouer tout
bas que tout le monde a une maladie. Quelques-uns disent même que tout le monde
porte en soi le germe de toutes les maladies.
Quand l'art médical était, non pas dans son enfance, mais dans sa
jeunesse, les causes des maladies étaient reconnues toutes comme d'ordre
physiologique, accidentel ou immédiat. A mesure que la science médicale s'est
approfondie et que l'art médical s'est perfectionné, on a reconnu une cause plus
profonde des maladies, qu'on a appelée l'atavisme ou l'hérédité, ou encore
l'influence du milieu. Mais soyez-en certains, à mesure que la science va
progresser, d'autres causes plus profondes encore se dévoileront: les causes
morales d'abord, les causes spirituelles ensuite. Et la profondeur et la
généralité de ces causes se dévoileront dans la proportion de la sincérité des
enquêteurs et de la ferveur qu'ils mettront à leurs recherches.
Si nous envisageons le problème selon son point de vue le plus intérieur,
il vient tout naturellement à l'esprit, quand on regarde marcher le monde, que
malgré toutes les inégalités apparentes, toutes les secousses, toutes les
perturbations et toutes les erreurs qui semblent exister, il y a cependant une
organisation de ce monde, pour parler comme les moralistes; il y a une justice
immanente, pour parler comme les philosophes; il y a une sorte d'administration
occulte du monde qui ne permet aux créatures que certains écarts et qui ne
néglige jamais de leur faire payer ces écarts quand ils sont devenus des
passions trop marquées. Selon le point de vue de Dieu qui est le nôtre, le
point de vue religieux, deux théories sont en présence en Occident:
La première est celle de l'Église qui croit que l'existence actuelle
est unique et qu'elle doit nous conduire à une solution définitive de notre
sort après la mort. Pour les théologiens, la maladie, comme toute espèce
d'épreuve, ou de souffrance, est tout simplement une épreuve dans le sens
étymologique du mot, c'est-à-dire un moyen dont Dieu se sert pour expérimenter
notre force de résistance, pour élever en nous des vertus spirituelles qui,
sans ce réactif, seraient restées endormies. Les mesures selon lesquelles
l'homme réagit contre la douleur, physique ou morale, développent en lui une
énergie dans le sens radical du mot. Ainsi s'établissent en nous, par
l'expérience de la vie elle-même, toutes les architectures spirituelles au bout
desquelles s'édifie véritablement la personnalité morale de l'homme,
construction en vue de laquelle surtout il a été mis sur la terre.
Et puis il y a l'autre théorie qui nous vient d'Orient, qui a été
adoptée par beaucoup d'Occidentaux et qu'on appelle la théorie de la Réincarnation
ou de la pluralité des existences, selon laquelle toutes les souffrances
que nous subissons actuellement ne sont pas autre chose que des réactions à des
excès commis dans une existence antérieure, la précédente ou une autre plus
éloignée. A
mesure que nous essayons de résister à ces dangers, à ces souffrances ou à ces
chagrins, nous ne faisons que rendre à la nature les forces que nous y avons
prises indûment.
Supposons un homme qui, il y a plusieurs
siècles, s'est laissé aller à un vice: il revient sur terre avec un corps qui
porte en lui une forme pathologique, conséquence physique de ce vice autrefois
purement moral. Voilà quelle est la
théorie " réincarnationiste ".
Utilité de la maladie
Pour notre enquête, à nous, l'une et
l'autre théorie sont indifférentes. En abordant
l'étude des problèmes de l'existence, nous les envisageons dans leur essence,
dans leurs racines spirituelles, et nous constatons qu'il y a dans la maladie,
comme dans tous les phénomènes de la nature, une utilité. Rien n'existe qui
n'ait une cause et un but. L'utilité de la maladie peut être physique, morale
ou spirituelle.
Son utilité physique c'est d'abord de nous apprendre la tempérance et
l'hygiène, et de nous pousser à l'étude de notre propre corps qui est une des
merveilles la plus admirable du monde. L'utilité morale de la maladie ressortira
quand nous aurons énuméré quelles énergies morales sont nécessaires pour venir
à bout de cet adversaire. Quant à son
utilité spirituelle, nous la verrons poindre en étendant les fruits de la
maladie dans le centre de notre être, dans ce qu'il y a en nous d'essentiellement
immortel.
Comment se comporter?
Une fois que la maladie nous a atteints, plusieurs problèmes se posent:
d'abord comment s'y comporter?
Étant donné que la maladie vient de notre corps, d'une part, et que de
l'autre notre corps est un serviteur, le devoir apparaît clairement que nous
sommes dans l'obligation morale de nous soigner par tous les moyens légitimes.
Les conducteurs de l'humanité ont oscillé entre deux méthodes différentes. Les
uns magnifient le corps parce qu'il est le chef-d'oeuvre de la création, et ils
le présentent comme un ensemble de forces auquel nous devons tous nos soins et
toute notre admiration. D'autres, au pôle opposé, veulent que l'on considère le
corps et la matière comme une émanation directe du mal, et qu'on doit s'en rendre
maître par tous les moyens possibles, même par les plus violents. Les uns considèrent le corps comme un maître, les
autres comme un esclave.
La vérité est au milieu. Nous devons considérer notre corps comme un
serviteur, comme un bon instrument de travail, à la façon de l'ouvrier qui
polit ses outils dont il entretient le tranchant et la souplesse, mais dont il
reste, lui ouvrier, le maître et non le serviteur. En effet, dans l'être
humain, rien ne nous appartient en propre que ce centre infime où siège notre
libre arbitre, notre moi. Tout le reste ce sont des organes d'action, des
instruments de travail. Notre corps est un prêt que la Providence fait à notre
moi, comme notre sensibilité en est un autre, comme notre intelligence un
troisième. Toutes nos facultés ne sont réellement que des instruments de
travail dont le Père pourvoit chacun de nous afin qu'il les emploie au mieux et
pour une collaboration au travail général pour le genre humain. Par conséquent
nous devons avoir envers notre corps les mêmes soins qu'un bon patron a pour
ses ouvriers.
Une autre précaution à prendre, qui est d'ordre moral: c'est la
résignation. Il y a de plus en plus une morale aujourd'hui que nous appellerons
celle de la révolte, selon laquelle on prétend que tout ce qui nous gêne, nous
devons l'abattre et passer par-dessus; que l'homme ne conquiert sa véritable
nature et ne développe vraiment sa personnalité qu'en faisant litière de tout
ce qui s'oppose à sa marche, que lorsqu'il satisfait, par n'importe quel
moyens, les besoins et les désirs qui bouillonnent en lui. Cette école prétend
être seule capable de faire des hommes dignes de ce nom, des hommes de
réalisation, des hommes de valeur.
Eh bien! une telle école se trompe, parce qu'elle prend l'apparence de
l'énergie pour l'énergie elle-même.
Regardez, si vous voulez, un homme dans le coeur duquel bouillonne une
passion quelconque, supposons l'ambition. Cet homme fait du travail au point de
vue général; cet homme déploie des énergies admirables pour réaliser ses
ambitions, que ce soit d'argent ou d'honneurs, de célébrité ou de pouvoirs; et
chose un peu paradoxale à dire, mais exacte, les hommes chez lesquels les
passions sont violentes sont malheureusement les seuls qui fassent quelque
chose. Les hommes qu'on appelle ordinairement les gens de bien ne sont trop
souvent ainsi que parce qu'ils n'ont pas eu de passions violentes et alors la
modération leur est toute naturelle et, en ne faisant pas de mal, ils croient
faire le bien.
Si nous reprenons notre ambitieux qui déploie son énergie, qui
concentre toutes ses facultés pour arriver à ses fins; si cet ambitieux sort un
moment de lui-même et se place en face de lui en spectateur, il parvient à
concevoir que, pour renoncer à son ambition, il lui faudrait une somme
d'énergie plus grande que pour la servir, il lui faudrait faire preuve d'une
énergie bien supérieure à la première en qualité et en quantité.
C'est pourquoi le Christ a dit " Possédez vos âmes par la
patience ". Car l'Évangile n'est pas une école de veulerie et de
mollesse, mais au contraire l'école la plus sévère et la plus dure qui soit,
d'énergie et de volonté; et le Christ fait appel à la qualité d'énergie la plus
pure qui puisse y avoir en nous.
Eh bien! savoir souffrir sans se plaindre et savoir attendre parfois
longtemps la guérison sans murmures, sans une impatience, même intérieure, cela
dénote des qualités de caractère tellement surhumaines que les malades qui en
font preuve se conquièrent l'admiration et le respect de leur entourage.
Quel que soit donc le genre de souffrance qui nous échoit, il faudra
reconnaître pratiquement, et non plus théoriquement, qu'il y a une justice
immanente, et que si nous n'en percevons pas le mobile et la marche, elle n'en
existe pas moins et que l'attitude morale la plus digne dans une souffrance
c'est d'abord de l'accepter.
C'est pourquoi la vraie attitude, à mon sens, est la suivante:
acceptation intérieure de la maladie et lutte extérieure contre elle, contre le
mal, contre toutes les formes de la douleur par tous les moyens physiques à
notre disposition puisque le physique est notre serviteur.
Lorsqu'on est arrivé à adopter d'une façon permanente cette façon de
se comporter, il s'ensuit pour l'être qui est assez fort dans cet exercice, un
développement spirituel dont les écoles de spiritualité n'ont pas toujours une
idée exacte. L'homme physique se développe suivant les lois physiques,
l'intellectuel suivant celles de la pensée, l'homme social, chacun suivant les
lois du monde auquel il a affaire. Mais l'homme profond, l'homme immortel si
vous voulez, ne peut se développer que suivant les lois de ce monde qui n'a
jamais commencé, qui n'a pas de fin et que le Christ appelle le Royaume de
Dieu.
Si donc on parvient, par l'acceptation, à réaliser en soi une paix
profonde, on a plus fait pour son développement réel que l'on aurait fait par
les moyens qui sont enseignés dans les écoles de culture morale ou psychique
connues. L'homme ayant une âme immortelle, la véritable loi de son
développement c'est la loi du monde immortel.
Tous les médecins se sont trouvés en face de cas insolubles. Un seul recours nous reste: appeler le secours du
Grand Médecin, c'est-à-dire prier. La maladie nous mène ainsi à l'école de la prière qui conduit
finalement au Royaume de la
Lumière et de la
Paix.
Dans sa souffrance, le malade est amené à s'examiner, à faire un
retour sur son passé et souvent à découvrir l'acte coupable, cause initiale de
sa maladie et cet examen le conduit à se repentir, à reconnaître son erreur, à
devenir humble. Et l'humilité est la condition indispensable à notre progrès.
Comme notre devoir est de progresser, nous devons la retenir en nous, constante
et de plus en plus profonde.
Ce n'est pas sans raisons qu'il y a des maladies incurables, car il y
a des êtres qui ne peuvent payer leurs dettes que par la souffrance physique
parce que la qualité de la souffrance est toujours proportionnée à la qualité
de celui qui la subit. Là encore règne une justice que nous constatons
mais qui ne doit pas nous empêcher de faire tout notre possible pour diminuer
le mal.
En outre, ne jamais critiquer le malade qui
peut être une occasion de travail pour son entourage, ne pas le juger, car ce
jugement peut appeler sur nous la tare dont souffre notre voisin, et peut-être
dans la même situation nous comporterions-nous plus mal que lui. La vie nous
envoie malgré nous à une école pratique fertile en résultats d'expérience, Mais
subir l'épreuve ou payer la dette, nous ne pouvons le faire seuls et sans
aides.
La maladie nous porte à retourner à Dieu à
qui nous ne pensons jamais, car dans la vie nous croyons devoir nos réussites à
nos qualités qui ne sont au fond que des dons et, en examinant la cause de nos
insuccès, nous constaterons qu'ils sont presque toujours dus à la trop bonne
opinion que nous avons de nous-mêmes.
Comment soigner les malades?
Il faut les considérer comme des
préfigurations du Christ qui nous a dît: " Tout ce que vous faites à
un malheureux, c'est à moi que vous le faites ". Et ceci est une réalité vivante et toujours actuelle.
Quand, par compassion, le Père a envoyé Son Fils pour sauver les hommes, Il a
voulu que Celui-ci subisse toutes les formes de la souffrance sur terre et dans
tous les mondes. Jésus prenait sur Lui presque toutes les souffrances de ceux
qu'Il guérissait. Sa présence parmi nous est toujours réelle, et pas un homme
ne souffre sans que le Christ soit près de lui et prenne sur Lui-même un peu de
cette souffrance. Donc, tout ce que nous faisons à notre prochain c'est bien à
Jésus que nous le faisons.
Et le travail pour nous, c'est la compassion; c'est ouvrir notre coeur
et c'est notre coeur qui nous donne notre valeur véritable. Voilà donc vers
quoi il faut tendre: accueillons avec la même aménité tous les êtres et toutes
les choses, parce que tous et toutes sont des ouvriers de Dieu. Notre labeur le
plus urgent, c'est d'ouvrir notre coeur à un travail pratique de réelle
fraternité.
SÉDIR
Prezado Sebastião!
ResponderExcluirGostaria se possível tu tivesse para brindar a nossa curiosidade - a motivação dos Mestres e nos textos Bíblicos a condenação da carne do porco em especial, seja ela da linha da saúde e higiene, mas principalmente na espiritual. Pessoalmente eu tenho alguns conceitos mas, não são tão convincentes como gostaria de ser, para os meus amigos e conhecidos. Desculpe a minha audácia em tentar conduzi-lo a um assunto que talvez nem tenha motivação.
TFA
Ronan